Biomarcenaria. Qual a diferença?

A ação humana sobre o meio ambiente é uma preocupação recente, porém, o modelo de produção urbano-industrial desencadeia a poluição ambiental das águas, do solo e do ar há muito tempo e a situação tem se agravado. Em um sentido amplo, se faz necessário criar estratégias que reduzam a poluição associada ao esgotamento de recursos hídricos, às emissões atmosféricas e a geração de resíduos domésticos e industriais. Ao contexto industrial, implantar o conceito de ecoeficiência, ou seja, produzir bens e serviços melhores reduzindo continuamente o uso de recursos e a geração de resíduos é uma estratégia que comprovadamente traz vantagens para as principais dimensões da sustentabilidade, econômicas, porque evita perdas e reduz custos, proporciona também benefícios sociais e ambientais pela ação preventiva no manejo do meio ambiente, evitando danos à população, além de melhorar a imagem da empresa. A ecoeficiência é um conceito voltado para o campo empresarial que busca melhorias ambientais que potenciem benefícios econômicos. Visa agregar mais valor utilizando menos material e energia, permeia todos os setores da empresa e todas as fases do ciclo de vida do produto. Conforme a proposta do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável - CEBDES, a ecoeficiência é composta dos seguintes elementos a serem perseguidos: •Reduzir o consumo de materiais com bens e serviços; •Reduzir o consumo de energia com bens e serviços; •Reduzir a dispersão de substâncias tóxicas; •Intensificar a reciclagem de materiais; •Maximizar o uso sustentável de recursos renováveis; •Prolongar a durabilidade dos produtos; •Agregar valor aos bens e serviços. A partir disso, o desenvolvimento sustentável pode ser visto como uma vantagem competitiva. Segundo Lerípio (1997), a poluição é uma forma de desperdício e ineficiência dos processos produtivos, já que é a perda de matérias-primas e insumos na fabricação dos produtos. Para reduzir esta perda, o gerenciamento de resíduos, a utilização racional das matérias-primas e a diminuição do consumo energético e dos insumos necessários são os requisitos principais na busca pela qualidade ambiental e ecoeficiência. A Produção mais limpa (P+L) consiste em uma avaliação técnica, econômica e ambiental do processo produtivo para identificar oportunidades de melhorias que possibilitem, portanto, a ecoeficiência. Está relacionada à redução de poluição na sua origem, sendo que o primeiro passo para a sua implementação consiste em criar um amplo programa de limpeza interna e avaliar quantitativamente quais resíduos e efluentes são gerados pelo processo de produção, orientada geralmente para resolver problemas ambientais como odor, poluição e geração de resíduos sólidos problemáticos. Os fundamentos básicos para o sucesso dessa metodologia são: •Plena adoção do programa pela alta administração da empresa; •Efetiva participação dos níveis de gestão; •Sensibilização dos funcionários, formação dos “ecotimes”; •Busca dos focos geradores de resíduos; •Valoração das perdas; •Identificação de alternativas de solução para as perdas na origem; • Quantificação dos ganhos econômicos, ambientais e sociais. A Produção mais limpa é uma estratégia de melhoramento contínuo dos processos, produtos e serviços, qualidade de vida e meio ambiente. Aplica-se tanto ao processo produtivo quanto ao produto, neste último através do ecodesign. Ecodesign significa um menor consumo de energia, água e matéria-prima para a mesma quantidade de produto, para gerar menos emissões e menos resíduos, implica assim em mudanças nos padrões de produção e também no padrão de consumo, na compreensão dos impactos ambientais associados ao ciclo de vida dos produtos e adoção de novas formas de gestão empresarial. Como conceito pode-se dizer que ‘Ecodesign ou Desenvolvimento Ambientalmente Consciente do Produto é a concepção dos produtos com integração da dimensão ambiente [...] orientando no seu todo o processo de design’. Ao promover o ecodesign de um produto se faz necessário (PENEDA; FRAZÃO, 1995, p. 15): •Reduzir o consumo de materiais na sua fabricação; •Evitar uso de materiais perigosos e tóxicos; •Utilizar recursos renováveis ou de reutilização; •Prolongar o tempo de vida de uso e permitir reciclagem; •Permitir alterações que o melhorem ou o modernizem; •Gerar pouco resíduo na fabricação; •Ter descarte limpo no final de seu uso. Ao conhecer os conceitos de ecoeficência, Produção mais limpa e ecodesign, fica evidente que são ferramentas gerenciais para a redução da poluição e melhoria da eficiência operacional. Portanto, qualquer tecnologia de gestão da produção voltada para a sustentabilidade, obrigatoriamente escolhe, caracteriza e classifica indicadores econômicos, ambientais e sócio-institucionais relacionados ao negócio. Artigo Científico desenvolvido para o curso de Pós Graduação em Ecodesign e publicado pela Projética Revista Científica de Design l Universidade Estadual de Londrina l V.2 l N.2 l Dezembro 2011 Autor: João Dolzan Júnior Professor Orientador: Cláudio Pereira de Sampaio

Comentários