A Permacultura e Eu

Sem saber, eu já praticava essa filosofia no dia-a-dia. Reusava, reutilizava, reciclava. Entrei na jardinagem faz tempo e com o passar dos anos fui notando que poderia fazer mais. Apenas não tinha conhecimento para isso, que hoje está à disposição de todos, online. Então, um belo dia, resolvi que precisava ser menos preconceituoso com a tecnologia e comprei um PC. Conectei-o à rede mundial e, VOILÀ! Estava tudo ali, na minha frente, era só saber onde procurar. E eu encontrei. Encontrei David Holmgren, Bill Mollison, Sepp Holzer, Geoff Lawton, Ernst Gotsh e muitos outros, que diziam: --Hey! Você pode mais! Então comecei a aplicar a Permacultura na minha rotina, sempre que podia. Falava dela para pessoas de perto do meu convívio e de longe. E isso mudou minha vida! Hoje vejo que tudo pode ser diferente, sempre. Que muito desperdício pode ser evitado. Que pode-se viver com menos e ser mais. Que pequenas atitudes geram grandes impactos a pequeno, médio e longo prazo. Que o “efeito borboleta” pode ser mesmo a transformação. Jardins são ecossistemas em várias escalas, micro e macro, e que se interligam, querendo o homem, ou não. Podem ser ecossistemas inteiros, podem alimentar corpo e alma, e o ser humano pode ser reinserido na natureza, começando pelo seu quintal. A Permacultura veio para me mostrar que eu posso acreditar no futuro, que o planeta não precisa de nós, mas nós sim, precisamos dos seres que aqui habitam, do solo, da água e do ar. Esse sistema de desenho e manejo das provisões se chama Permacultura (Cultura Permanente), que já se auto explica no nome. Nela, a cultura do solo, das plantas, dos animais, incluindo o ser humano, visa uma harmonia e compatibilidade de sobrevivência diária, procurando imitar nos nossos cultivos, o quê acontece na natureza de forma espontânea. Faço minhas hortas e jardins alimentares sempre com o mínimo de interferência no local escolhido. Se for um lugar já degradado, tento recuperar o máximo de espécies de plantas e animais que conseguir, usando os saberes aprendidos com os mestres que citei acima. Isso se tornou parte do meu ser, minha ótica mudou, por me dispor a aprender sempre. Eu só vejo o mundo assim agora: como um lugar a ser preservado, a ser usado com parcimônia e gratidão, somente o que for realmente necessário, devolvendo o máximo que puder, em forma de compostagem, realimentando o solo e seus habitantes. Porque eu sou pó, e pó de novo serei. Por Gilberto Raulino (Horticultor Urbano)

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